O governo brasileiro está acompanhando com muita preocupação a crítica situação da Grécia, os reflexos desta crise na economia europeia e como o Brasil poderá ser atingido. Na reunião de coordenação política do governo realizada na manhã desta segunda-feira no Planalto, comandada pela presidente Dilma Rousseff, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, falou sobre o medo do calote da dívida, sobre a subida do dólar, a reação do mercado, a queda das bolsas no mundo todo, que seria a maior demonstração do temor de que Atenas entre em default, arrastando bancos das economias europeias para o buraco.
Neste momento, mais precisamente esta semana, segundo disse Guido Mantega na reunião de coordenação, o governo não prevê nenhuma medida econômica a ser adotada para conter os efeitos da crise grega. Mas não descartou que, em caso de confirmação desse default, seja possível a adoção de novas medidas pela presidente Dilma Rousseff. Avisou que o tema será acompanhado passo a passo, com a maior atenção possível.
Na reunião, Mantega citou ainda que o Banco Central brasileiro não conta com a moratória grega, que representaria um impacto enorme sobre a economia doméstica, embora, neste momento, menor do que os problemas enfrentados com a crise em 2008. Mas a expectativa é de que esta crise, na região, será mais longa e mais grave.
Há uma preocupação adicional, conforme avaliou Mantega, dos reflexos da crise da Grécia em outros países europeus, a começar pelos franceses, que teriam influência no resto da região. Este momento, conforme avaliou, seria semelhante à de abril do ano passado. E se a Grécia entrar em inadimplência, com certeza, vai arrastar consigo outros países como Portugal, Irlanda, Itália e Espanha.